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Foto do escritorA Grande Rota

Praça de São Marcos

Com certeza uma das praças mais famosas do mundo, a Praça de São Marcos é um local central em Veneza e certamente o seu ponto mais visitado. Ela já foi chamada de o salão mais belo da Europa, onde o céu é sua marquise, uma frase atribuída, embora sem muita certeza, a Napoleão Bonaparte. Mas o quanto as pessoas realmente sabem sobre essa linda piazza?



A Piazza de São Marcos é a única praça de Veneza com o título de "piazza" - o resto é chamado de "campo". Ela é na verdade, um grande retângulo, com a Basílica dominando seu lado leste. Também há a Piazzetta ("pequena Piazza"), que é uma extensão da Piazza em direção ao canal em seu canto sudeste. Os dois espaços juntos formam o centro social, religioso e político de Veneza e são normalmente considerados como uma coisa só.


Como acabamos de falar, a Piazza é dominada, em seu lado leste, pela ostentosa Basílica de São Marcos, que podemos depois falar mais em um post novo mais pra frente, mas falando rapidamente da sua fachada: seus grandes arcos e decoração de mármore, as esculturas romanescas em volta da porta central e, acima de tudo, os quatro cavalos que governam toda a praça são símbolos potentes do orgulho e poder de Veneza. Tanto que os genoveses em 1379 disseram que não poderia haver paz entre as duas cidades até que esses cavalos fossem removidos. Além disso, quatrocentos anos depois, Napoleão, depois de conquistar Veneza, os derrubou e os embarcou para Paris, mas eles retornaram a Veneza em 1815. Depois de uma longa restauração em 1970, os originais têm sido mantidos no Museu de São Marcos dentro da basílica e os cavalos agora na fachada da catedral são réplicas de bronze.


À esquerda da basílica, está a Torre do Relógio (Torre dell'Orologio), concluída em 1499, que fica sobre um arco, por onde a rua conhecida como Merceria (uma via principal da cidade) leva através de ruas comerciais para o Rialto, o centro comercial e financeiro. À direita da torre do relógio está a igreja fechada de San Basso (1675), que abre só às vezes para exposições. Para sua esquerda está a longa arcada ao longo do lado norte da Piazza: os edifícios deste lado são conhecidos como o Procuratie Vecchie, as antigas procuradorias, que eram as casas e escritórios dos Procuradores de São Marcos, altos oficiais de estado nos dias da república de Veneza. Eles foram construídos no início do século XVI. A galeria é repleta de lojas e restaurantes ao nível do solo, com escritórios acima. Esses restaurantes incluem o famoso Caffè Quadri, que era frequentado pelos austríacos quando Veneza era governada pela Áustria no século XIX, enquanto os venezianos preferiam Florian's do lado oposto da Piazza.



Virando à esquerda no final, a arcada continua ao longo do extremo oeste da Piazza, que foi reconstruída por Napoleão por volta de 1810 e é conhecida como a Ala Napoleônica. Ela tem, atrás das lojas, uma escadaria cerimonial que deveria, no passado, ter levado a um palácio real, mas que agora é a entrada para o Museu Correr, que abrange tanto a arte quanto a história de Veneza.


Virando à esquerda novamente, a arcada continua pelo lado sul da Piazza. Os edifícios deste lado são conhecidos como Procuratie Nuove, pois foram projetados em meados do século XVI, mas completados por volta de 1640. Novamente, o térreo tem lojas e também o Caffè Florian, um famoso café aberto em 1720, que era frequentado pelos venezianos quando os odiados austríacos estavam no Quadri. Os andares superiores foram planejados por Napoleão para ser um palácio para seu enteado Eugène de Beauharnais, seu vice-rei em Veneza, e agora abriga o Museo Correr. Na extremidade leste está biblioteca Sansovino (meados do século XVI), cuja fachada principal fica de frente para a Piazzetta. A galeria continua virando a esquina na Piazzetta.


Em frente a esta, solto na Piazza, se encontra o Campanário da igreja de São Marcos (de 1156/73 e reconstruído em 1912 após o colapso do antigo campanário em 1902). Adjacente ao Campanário, voltado para a basílica, está o pequeno edifício elegante conhecido como Loggetta del Sansovino, construído em 1537-46, e usado ou como uma sala de espera de patrícios que aguardavam uma reunião do Grande Conselho no Palácio dos Doges ou pelos guardas quando o Grande Conselho estava sentado.


Como falamos lá no começo, a Piazzetta di San Marco não é (estritamente falando) parte da Piazza, mas um espaço aberto ao lado, que liga o lado sul da Piazza ao canal. A Piazzetta fica entre o Palácio dos Doges, a leste, e a Biblioteca de Jacopo Sansovino, que abriga a Biblioteca Marciana, a oeste.



Começando na esquina perto do campanário, de onde saímos da Piazza, este lado (oeste) é ocupado inteiramente pela Biblioteca Marciana (biblioteca de São Marcos). A arcada continua até o final do prédio com cafés e lojas e também as entradas para o Museu Arqueológico, a Biblioteca Marciana e a Biblioteca Nacional, que ocupam os andares acima.


No final deste edifício está o Molo (o cais de frente para o canal). Virando-se para a esquerda cruza-se a extremidade aberta da Piazzetta, marcada por duas grandes colunas de granito com símbolos dos dois santos padroeiros de Veneza. O primeiro é São Teodoro, que era o patrono da cidade antes de São Marcos, segurando uma lança e com um crocodilo para representar o dragão que ele teria matado. Esta estátua é composta de partes de outras mais antigas e é uma cópia (a original é mantida no Palácio dos Doges). A segunda coluna tem uma criatura representando um leão alado, o Leão de Veneza, que é o símbolo de São Marcos. Acredita-se que as colunas foram erguidas por volta de 1268. Jogos de apostas eram permitidos somente no espaço entre as colunas e acredita-se que este direito foi concedido como uma recompensa ao homem que levantou as colunas. Execuções públicas também ocorreram entre elas.


Do outro lado da Piazzetta então, fica a parede lateral do Palácio dos Doges, que também devemos comentar em alguma postagem futura, com arcadas góticas ao nível do solo e uma loggia no andar de cima. Até o sétimo pilar é o edifício reconstruído em 1340, enquanto a extensão para a Basílica foi adicionada em mais tarde, em 1424.


Além disso, em frente à parede sul da Basílica, há dois pilares retangulares, conhecidos como os Pilares do Acre que vieram da igreja de St. Polyeuktos em Constantinopla (524-7), e provavelmente foram levados pelos venezianos logo após a quarta cruzada em 1204. Além desses pilares, em frente à esquina da Basílica, encontra-se uma grande pedra circular de pórfiro vermelho, conhecida como a Pietra del Bando (Pedra da Proclamação), da qual as proclamações oficiais costumavam ser lidas.


Outro fato curioso que acontece na praça é que ela é frequentemente inundada. Isso ocorre porque a Praça de São Marcos é o lugar mais baixo de Veneza, e quando a água sobe no Mar Adriático por tempestades ou excesso de chuva é o primeiro local a inundar. A água drena diretamente para o Grande Canal, o que é ideal quando chove, mas quando a maré sobe (acqua alta) ocorre o efeito inverso, e a água do canal escoa para a praça. Muitas vezes turistas passam por lá e não entendem as grandes poças de água sem ter chovido, ou o porque de algumas passarelas de metal na praça. Nada mais do que resquícios de uma subida de maré durante a noite e meios de passagem para quando isso ocorre.


Fonte das imagens: todas tiradas por mim mesma

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